Esta noite João Ferreira assistiu ao filme "Amor Fati", da Cláudia Varejão, no Cinema Ideal.
Teve oportunidade de trocar impressões com a Cláudia Varejão e o Pedro Borges do Cinema Ideal sobre a situação no cinema português.
Aproveitou a oportunidade para notar que as alterações à Lei do Cinema fazem um panorama mau tornar-se ainda pior: institui-se formalmente a interferência das multinacionais na livre criação; cai a protecção às obras nacionais de produção independente; e cria-se linhas de escape ao cumprimento da obrigação de pagamento de taxas por parte das plataformas e mecanismos facilmente contornáveis.
Num tempo como este, é útil relembrar que após o primeiro pico da COVID-19 não foram as salas dos centros comerciais, dependentes dos grandes grupos económicos internacionais a abrir, mas sim as salas independentes, como o cinema Ideal ou o da Trindade - demonstrando assim o seu compromisso com o direito ao usufruto cultural e a sua independência face a interesses alheios.
Do Presidente da República espera-se que valorize o que é melhor, aquilo que permite ao País avançar, que dá corpo à democracia que a Constituição consagra - e não andar ao sabor de agendas mediáticas. Este é o seu compromisso