Um dos momentos do dia de quarta-feira na campanha de João Ferreira surpreendeu o candidato. Depois de ter feito a viagem no Vouguinha e de prestar declarações na estação de comboios de São João da Madeira, Cristina Tavares, a brava operária corticeira que enfrentou o assédio moral do patronato, apareceu, pelo seu próprio pé, para manifestar apoio à candidatura.
João Ferreira agradeceu e deixou transparecer o orgulho que sente pelo apoio de uma mulher «que personifica, como poucos, os valores da coragem, da confiança e da esperança que são os desta candidatura».
João Ferreira destacou ainda «o exemplo notável que o País pôde testemunhar durante meses», a «imensa lição» que a resistência de Cristina Tavares deu e dá «a todos os trabalhadores, para que resistem às injustiças e arbitrariedades».
A operária corticeira, mulher, mãe, é de poucas palavras. Mas foi contundente quando questionada sobre a razão do seu apoio a João Ferreira. «Não me esqueço de quem me ajudou», disse no tom sumido de quem não pretende protagonismo. No entanto, que ninguém se engane nem esqueça jamais: demonstrou a força telúrica dos justos, fazendo, determinada, em vez de falar. Assim como João Ferreira, que não se cansou de intervir sobre a situação de Cristina Tavares e transmitir-lhe solidariedade quando ela mais precisou, sem esperar nada em troca ou disso fazer alarde eleitoral.
Não é para todos. E assim se vê...