Aproxima-se o debate sobre o Orçamento do Estado, em que estão em causa importantes escolhas para o País, para os trabalhadores e o nosso povo.
Este não é o momento de agitar o fantasma da crise. Este é o momento do debate, na Assembleia da República, para encontrar os caminhos e as opções, no Orçamento do Estado, para dar resposta aos problemas que decorrem da epidemia, mas particularmente para impedir os aproveitamentos que dela estão a ser feitos, nomeadamente pelo grande capital, quer para acentuar a exploração, quer para degradar os serviços públicos e apropriar-se de uma parte para seu negócio.
Este não é o tempo de condicionar o debate com ameaças de instabilidade. A estabilidade política que alguns reclamam não pode assentar na instabilidade social, na instabilidade da vida dos que são mais atingidos por décadas de políticas antipopulares, na instabilidade no emprego, nos direitos e nos salários.
Para se garantir a estabilidade é preciso assegurar os instrumentos para impedir os despedimentos, para impedir o corte nos salários e nas remunerações e o roubo de direitos. É preciso encontrar os meios para valorizar os serviços públicos, a começar pelo Serviço Nacional de Saúde e pela Escola Pública. Para valorizar os seus trabalhadores. É preciso apoiar as micro, pequenas e médias empresas, para assegurar a sua sobrevivência e defender a produção nacional. É indispensável tomar medidas para o apoio à pequena e média agricultura e aos pescadores.
Será a partir destes conteúdos, cuja plena concretização requer que se enfrentem imposições da União Europeia e do Euro, que se garantirá a resposta aos problemas do País. É nisso que o Presidente da República tem de estar empenhado.