As recentes declarações proferidas pelo embaixador norte-americano em Portugal constituem um inaceitável exercício de intromissão na vida nacional, que visa condicionar as opções de Portugal quanto ao seu desenvolvimento e política externa, o que só pode merecer a mais veemente rejeição.
Não se pode aceitar que um embaixador, ou outra qualquer entidade externa, procure utilizar a ameaça – incluindo de sanções – para impor decisões que nada têm a ver com os interesses do povo português e do País.
Portugal é um país soberano e deve reger-se nas relações internacionais, de acordo aliás com o consagrado na Constituição da República Portuguesa, pelos princípios da independência nacional, da não aceitação da ingerência nos assuntos internos dos Estados e da cooperação com todos os povos do mundo. E o Presidente da República tem de ser, em todos os momentos e perante quaisquer entidades externas, o garante dessa posição.